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Maria da Fonte

Maria da Fonte

Centro Interpretativo Maria da Fonte

A história de Portugal regista no século XIX, concretamente no ano de 1846, senão uma das mais relevantes revoluções, talvez a revolta mais popular e enigmática do período contemporâneo, criando uma personagem mitigada entre o romantismo poético e a reação naïf, com a plasticidade bastante e uma considerável elasticidade, capaz de permitir a construção de um símbolo para todo um império a partir de uma figura do povo: a Maria da Fonte.

 

A Póvoa de Lanhoso é o berço da revolta e da sua principal figura, começando a divergir na história de Portugal quando se analisam as causas e razões dos levantamentos populares, ou ainda mais, de forma quase insolúvel, quando se tenta consubstanciar a identificação do nome ou cognome Maria da Fonte.

 

Centro Interpretativo Maria da Fonte

 

O Centro Interpretativo Maria da Fonte, permite dar a conhecer o papel desempenhado pela Maria da Fonte e pela Póvoa de Lanhoso no contexto das profundas transformações operadas em Portugal no segundo quartel do séc. XIX – implementação do Liberalismo em Portugal, onde assumiu ou fez ouvir a voz e o sentir de toda a comunidade, toda uma região e mesmo todo o país, desenvolve ainda todo um conjunto de valias e dinâmicas.

 

O centro temático é, de facto, a figura da Heroína Maria da Fonte, originária das terras de Lanhoso, que na primavera de 1846 solta um grito de revolta contra a forma como a governação pretendia introduzir as alterações que pretendiam guindar Portugal para as novas realidades políticas e sociais em expansão por toda a europa e todo o mundo liberté, egalité, fraternité, as novas bandeiras liberais, ignorando o sentir, a realidade e diversidade próprias das comunidades e populações, fazendo tábua rasa de tradições seculares.

 

Sendo a Maria da Fonte uma figura marcadamente enigmática e que comporta, para muitos, ainda hoje, um conjunto de dúvidas ou incertezas sobre a sua identidade, a sua ação ou a sua importância, não apenas no movimento contestatário de 1846 que assume relevância na contestação às Leis da Saúde, que proibiam os enterramentos dentro das Igrejas, esta acaba por se tornar paradigmática e expressiva do sentir de todo um país, consegue congregar para a sua ação todas as tendências e expressões políticas, económicas e sociais.

 

A partir da Maria da Fonte é possível identificar todo um conjunto de circunstâncias, de factos, de dinâmicas que pela sua complexidade elevam a figura da Maria da Fonte a um nível tão enigmático quanto controverso, tanto factual quanto lendário.

 

No Centro Interpretativo Maria da Fonte, o visitante pode encontrar de exposições etnográficas e documentais a elementos de uso quotidiano no século XIX a elementos escultóricos do século XX, fazendo entrecruzar a pedagogia dos serviços educativos; de um auditório com capacidade para uma plateia de 50 espetadores aos jogos de conhecimento a partir de plataformas digitais, para além de todo um manancial de opções para o conhecimento do território da Póvoa de Lanhoso e da região do Minho em cujo coração está localizado.